‘Besouro Azul’ estreou, oficialmente, nesta quinta-feira (17) e entregou um filme melhor do que o esperado e surpreendente para a crítica. No meio de tantos filmes sem nenhum envolvimento, o longa de Angel Manuel Soto se destaca por ser carregado de emoções e te prender o tempo inteiro.
Além disso, um dos pontos mais altos é conseguir fazer o famoso “feijão com arroz” muito bem feito. Sem querer dar o passo maior do que a perna, o filme estrelado por Xolo Maridueña não tenta ser um evento grandioso, mas entrega muito mais do que outros que tentaram.
Manuel Soto ainda deixa um gancho para uma possível continuação, que a depender das críticas, provavelmente acontecerá.
O filme, em si, não é nada que não tenhamos visto em outras produções de origem. É completamente possível ligar a produção a outros longas de introdução de um personagem, seja na Marvel ou na DC.
roteiro segue basicamente a mesma fórmula genérica que todos seguiram. Ou seja: apresente o personagem e o fruto do seu poder, dê a ele um problema e resolva o problema.
É possível sentir uma pressa da produção em agilizar as coisas. Quando Jenny entrega o Escaravelho a Jaime, a falta de criatividade e o desespero produtivo para colocar a arma nas mãos do protagonista ficam evidentes.
No entanto, a grande diferença deste filme de origem é que, mesmo nunca tendo visto nenhum dos personagens presentes, você se importa com cada um deles.
‘Besouro Azul’ consegue, em pouco mais de duas horas, fazer o que o DCEU não fez em dez anos: dar emoção e importância aos seus personagens.
A construção do Besouro funciona muito bem após o protagonista estar em posse do Escaravelho.O filme te faz entender desde as primeiras dificuldades em controlar a máquina até o clímax final onde os dois se tornam um.
As cenas de ação são muito boas e a interação entre os personagens nela se encaixa. Após o escárnio de CGI em ‘The Flash’, este vai totalmente na contramão e entrega uma computação gráfica digna.
Inclusive, para quem apenas se divertir, vai adorar. De referências a Chapolin Colorado até a uma indireta a Dragon Ball, o longa explora o lado positivo de cada produção e as liga.
Xolo e Bruna estão incríveis no filme. A atuação dos dois é surpreendente e a química entre eles é fantástica. As cenas em que eles estão juntos – principalmente no segundo e terceiro ato – entregam ao público algo singular.
Os membros da família de Reyes tem grande importância emocional no filme, com a cultura latino-americana muito presente e extremamente bem explorada.
O grande asterisco em relação a eles são algumas falas genéricas para ligar o filme. Essas falas, assim como as aparições de certos personagens em locais inesperados em momentos-chave são culpa do roteiro simples.
Há uma aparição em específico do pai de Jaime Reyes, para se ter ideia, que não faz nenhum sentido criativo. É apenas uma solução fácil (e meio sem nexo) para o problema, além de tentarem dar um toque de emoção a cena.
O ponto baixo, são os vilões. Tanto Victoria Kord quanto Carapax estão no filme apenas para ser um empecilho ao herói. Suas motivações são completamente genéricas e suas histórias são extremamente mal exploradas.
Mesmo assim e independente do roteiro muitas vezes raso, o coração do filme e a dinâmica entre os demais personagens fazem você sair do cinema mais do que satisfeito.