O Clube Atlético Mineiro está com uma cara nova na diretoria de futebol. Coube ao ídolo e “santo”, Victor Leandro Bagy, suceder Rodrigo Caetano – este que partiu para a diretoria de Seleções da CBF.
As últimas experiências do Galo com ex-atletas na diretoria de futebol não deram tão certo, é verdade. O caso mais recente foi o de Marques, que foi diretor entre o final de 2018 e a metade de 2019. Hoje dirigente do Minas Tênis Clube, o ídolo não fez muitas contratações de topo, e ficou marcado por conduzir a contratação do contestado Maicon Bolt, com direito a cifras milionárias.
Embora o exemplo de Marques ajude a ilustrar um passado ruim de ex-jogadores alvinegros como dirigentes, a chegada de Victor parece uma decisão acertada.
Victor não “caiu de paraquedas” no setor administrativo do Galo. Enquanto jogador, já havia se formado em Educação Física. Depois da aposentadoria dos gramados, fez cursos de capacitação em gestão de futebol e gestão executiva.
Além dos estudos, teve a grande oportunidade de conviver diariamente, nos últimos três anos, com Rodrigo Caetano. Trabalhou ao lado de Caetano, como gerente de futebol, e aprendeu muito sobre gestão e como agir no mercado de transferências.
Victor estudou muito, e absorveu conhecimento com os profissionais certos. Além disso, é claro que o ex-goleiro conhece muito do Atlético: está ligado ao clube há quase 12 anos.
Num mercado sem “opções Top” disponíveis, o Atlético escolheu efetivar na diretoria de futebol um “nome formado na casa”. E este nome recebeu a benção dos investidores, do técnico Felipão e o antigo diretor de futebol.
Escolha certa, mas que precisa de respaldo
Victor Bagy tem de tudo para construir um grande legado como administrador no clube em que é ídolo. Mas precisa receber respaldo e confiança de seus superiores – os “4 R’s”.
Será seu primeiro trabalho como diretor de futebol. Mesmo com todo o conhecimento, ele não tem experiência efetiva neste cargo, e assume um clube que recebe muita pressão para conquistar títulos grandes.
É normal que Victor hesite em tomar algumas decisões, e até erre em algumas escolhas – não por incompetência, mas por inexperiência. E sabemos que a paciência do torcedor brasileiro é muito curta, mesmo com ídolos históricos.
Desta forma, é crucial que seus superiores saibam como cobrar e exigir, mas também tenham sensibilidade com um “novato”. A gestão precisa ser compartilhada, descentralizada. Victor responderá pelo futebol, mas não pode “estar sozinho”, seja nos momentos ruins, ou quando precisará lidar com crises.
Agora, o que resta é dar tempo ao tempo. Os desafios surgirão naturalmente, as cobranças também, e é só com o desenrolar do tempo que saberemos se Victor construirá uma era tão vitoriosa quanto seu antecessor.