Coluna do Pedro Vieira
Quando olhamos para o estado atual do futebol, percebemos que a Europa é o epicentro do esporte, pelo menos quando falamos de clubes. Os melhores jogadores, os melhores treinadores, o melhor marketing, e, consequentemente, o melhor futebol… tudo isso está no Velho Continente. Juntando isso com a dificuldade acrescida que o fuso-horário traz, a pergunta é óbvia: o que faz alguém da Europa, como eu, assistir o futebol brasileiro?
Olhando para as raízes do futebol, percebemos que a semente foi plantada na Inglaterra, mas percebemos também que foi na América do Sul que ela cresceu. Foi na América Latina que surgiu o mais antigo torneio de seleções de futebol, a Copa America (não incluindo as olimpíadas). Foi nela também que vivemos a primeira das mais importantes competições do Planeta, a Copa do Mundo de 1930. Portanto, embora o futebol tenha nascido na Europa, foi na América Latina que ele deu os passos mais importantes da sua incipiente existência. A América do Sul desempenhou um papel crucial no desenvolvimento do esporte mais popular do planeta e isso é um fato inegável.
“Certo, mas o papel histórico do continente certamente não é o motivo que faz alguém parar para assistir campeonato nacional de outro continente“, poderá o leitor pensar. Eu tendo a concordar. Certamente, não é isso que me faz parar para assistir o futebol brasileiro, embora reconhecer o papel da América seja vital.
O que me atrai no futebol brasileiro é a paixão. O futebol sem torcedores é como um corpo sem vida e, seguindo a linha metafórica, o Brasil é o mais vivo dos corpos. O Brasil transpira vitalidade por cada poro do seu corpo. Cada fio de cabelo é um novo talento emergente… é a esperança de uma criança no seu time. Os pulmões do futebol brasileiro são os estádios, que respiram a energia das multidões, o fervor das cores e cantos, inspirando vida a cada partida. E o coração… o coração é o sentimento das torcidas, pulsando em uníssono a cada lance, vibrando em emoção, alimentando o fogo da paixão pelo futebol, que por vezes arde em demasia, mas segue sendo o combustível que mantém vivo o espírito deste esporte.
No entrelaçar desse sentimento com o maior berço de talentos futebolísticos do Mundo e o lar de uma constelação de grandes clubes, desabrocha um espetáculo apaixonante. É uma sinfonia de gigantes, um duelo envolvente por cada lugar na tabela e em cada partida eliminatória. O futebol brasileiro é uma dança encantadora, onde a arte se mistura com o suor, a raça se entrelaça com a técnica, e a paixão se reflete em cada lance. Tudo sob os olhos apaixonados de um povo que ama o futebol e que se deixa ser amado pelo futebol.
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🇧🇷 O Brasileirão 2023 teve a maior média de gols desde 2011.
— Pedro Vieira 🇵🇹 (@PedroVieira_25) December 7, 2023
A edição deste ano teve 2,49 gols por partida. Já em 2011 a média foi de 2,68 gols por jogo. pic.twitter.com/ZbZq2PgsnS
