Aos 42 anos, o goleiro Fábio, do Fluminense, segue atuando em alto nível apesar da idade e segue quebrando recordes no futebol brasileiro. Campeão da Libertadores com o Tricolor no ano passado, sendo fundamental, o goleiro revelou sua rotina para continuar atuando até hoje e a resposta é surpreendente.
Segundo o jogador, ele não precisa dormir muito para se recuperar e não faz musculação, o que causa até estranheza em seus companheiros de equipe.
“Hoje, fui dormir, eram 4h da manhã. Acordei às 7h, levei minha filha na escola, levei meu filho para fazer autoescola e estou aqui (no CT Carlos Castilho) direto. Não faço musculação, os caras ficam abismados. Não faço massagem, dá para contar nos dedos as vezes que fiz. E na minha carreira, nem no Fluminense. No Fluminense nunca fiz. Meus amigos sempre falavam “isso faz mal para a saúde”, e aí você fica “será que faz mesmo?”. Estou me sentindo bem. Houve uma época em que a gente fez, lá no Cruzeiro, um teste de sono. O meu foi maravilhoso, meu sono é muito profundo. O pouco tempo que eu durmo é suficiente para a minha recuperação”, disse, em entrevista ao ge.
De acordo com Fábio, seu biotipo também o favorece em termos de recuperação. Ele destaca que sempre se recuperou muito rápido, o que foi fundamental para ele, que treina muito regularmente.
“Às vezes durmo três horas, às vezes vou direto. Não tenho nenhuma preparação especial, é fé em Deus sempre”, completou.
Medicina explica
Fábio é o que a medicina chama de dormidor curto: uma pessoa que dorme menos de seis horas por dia e não tem impactos negativos durante o dia. Na idade atual do jogador, a recomendação é que pessoas como ele durmam de sete a nove horas por noite.
“A síndrome do sono do dormidor curto é muito rara. A gente está falando de menos de 5% da população do mundo. Existe uma mudança da cadeia desses genes, e esse indivíduo nasce precisando de menos sono. Durante o dia, o despertar é espontâneo e você está com o bem-estar físico e mental para viver aquele dia. É muito diferente da privação voluntária do sono, que hoje é uma epidemia. (…) Essas pessoas, diferente do Fábio, têm cansaço, sonolência, acordam mal”, disse Andrea Bacelar, médica do sono, em entrevista ao ge.