Medalha de ouro em 2023, Bya Silva superou o preconceito dentro de casa para vencer no Parabadminton

(Foto: Divulgação)

Bya Silva é um dos destaques brasileiros no Parabadminton. Na última edição dos Jogos Parapanamericos 2023, a atleta de 30 anos da classe SL3 (stand com limitação no membro inferior) conquistou a medalha de ouro. Ela chegou em Santiago determinada a melhorar o resultado conquistado na edição de 2019 quando terminou a competição com a medalha de bronze.

“Minha estreia no Pan foi intensa. Ganhar a medalha de bronze no Peru foi incrível, mas eu estava nervosa, sentindo a pressão da competição. Era uma mistura de ansiedade e emoção, como se estivesse provando para mim mesma que era capaz. Na segunda vez, em Santiago, a experiência anterior me trouxe mais confiança, mas os nervos ainda estavam lá. A busca pela medalha de ouro trouxe uma mistura única de determinação e nervosismo controlado. Ver o bronze e o ouro lado a lado em minha trajetória é a prova de que cresci como atleta, aprendendo a lidar com a pressão e transformando os nervos em combustível para a vitória.” explicou Bya.

No entanto, sua jornada para alcançar o sucesso foi marcada por muita superação, especialmente ao enfrentar o preconceito por familiares e amigos. Aos dois anos e meio, Bya contraiu o vírus da poliomielite após receber a vacina. Ela passou um longo período em cima da cama, incapaz de andar. E logo aos 4 anos os pais dela se separam e ela foi morar com seu pai.

“Crescer sendo criada pelo meu pai foi um desafio que me fez amadurecer precocemente. A vida me exigiu responsabilidades desde cedo, crescendo a minha resiliência e determinação. Mas, acredito que isso tenha feito com que eu criasse uma defesa e não permitisse que as pessoas me colocassem para baixo.”, explicou Bya.

O caminho de Bya para superar as adversidades começou quando, na escola, descobriu o parabadminton, apaixonando-se instantaneamente. Contudo, dedicou-se intensamente ao esporte, evoluindo fisicamente e alcançando a classe SL3, reservada para atletas que jogam em meia quadra.

“Quando conheci o badminton na escola, foi amor à primeira vista. A dinâmica do esporte, a intensidade dos movimentos, tudo me conquistou instantaneamente. Eu juro para você. Quando eu vi aquela petequinha e olha que não era nem de pena de ganso, era de nylon, era branca eu lembro até hoje. Eu me apaixonei! Foi amor à primeira vista, a minha primeira paixão foi o badminton” se declara a atleta.

Hoje, Bya não apenas lida bem com sua deficiência, mas também compartilha sua inspiradora jornada dando palestras, motivando e impactando positivamente outras pessoas. Seu objetivo atual é representar o Brasil nas Paralimpíadas de 2024, mas o verdadeiro foco está direcionado para as de 2028, alimentando esperanças de novas conquistas e inspirando gerações futuras a superar desafios.

“Eu posso dizer que dar palestras é a minha segunda paixão! Ver os olhares das pessoas mudarem, perceber que minha jornada pode impactar positivamente alguém, é gratificante. Ser uma fonte de inspiração para outras pessoas é uma responsabilidade que carrego com orgulho. Cada palestra é uma oportunidade de mostrar que as adversidades podem ser superadas e que, independentemente dos desafios, é possível alcançar grandes feitos. É um privilégio motivar outros a trilharem seus próprios caminhos de superação.” finaliza Bya.

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