As táticas do comandante: como jogam os time de Nicolás Larcamón, novo técnico do Cruzeiro?

Resumo
O Cruzeiro acertou a contratação do argentino Nicolás Larcamón para o comando técnico da Raposa.

O Cruzeiro acertou a contratação do argentino Nicolás Larcamón para o comando técnico da Raposa. O treinador chega a Belo Horizonte nos próximos dias e já estará na Toca da Raposa no início da pré-temporada, em 5 de janeiro.

Aos 39 anos, Larcamón levou o León ao seu primeiro título continental da história, a Copa dos Campeões da CONCACAF (Concachampions), em 2023.

Ele tem como inspirações Diego Simeone, Marcelo Bielsa e Marcelo Gallardo e aposta muito no psicológico para extrair o máximo dos seus atletas. Mas, no final das contas, como joga a sua equipe? Quais são suas ideias? Te conto tudo abaixo!

Variações táticas

Nicolás Larcamón é um técnico de muitas variações táticas e que, principalmente, gosta de estudar o jogo. Ele alterna sua formação e sua estratégia dependendo do que o adversário lhe apresenta. Para se ter ideia, nos últimos 10 jogos no León ele usou cinco esquemas diferentes.

No entanto, mesmo com tantas variações, ele parte de dois esquemas principais, que moldam a sequência do seu trabalho.

O mais usado é um esquema com três zagueiros e dois laterais bem agudos. Nessa situação, ele passeia entre o 3-4-3, 5-4-1 e suas ramificações. O outro modelo é o 4-4-2 básico, as vezes caindo para um 4-5-1 ou 4-3-3.

Presença fundamental dos laterais e construção ofensiva

Logo de cara, percebemos que os laterais possuem papel fundamental na montagem dos esquemas táticos de Larcamón. Isso porque, em determinados momentos, eles estarão na linha defensiva, fechando em uma linha de quatro ou cinco jogadores, e em outros estarão como pontas, já no setor ofensivo ou de meio-campo, dando liberdade para os meias.

Além disso, os laterais também possuem uma função importantíssima na fase de criação de jogadas, Isso porque, normalmente os times do Larcamón iniciam a construção em um 3-2-5.

Nesse ponto, os laterais afundam e dão profundidade à equipe, formando uma linha de cinco jogadores no setor ofensivo. Por outro lado, os volantes participam ativamente da criação de jogadas juntamente com os três zagueiro.

No entanto, esse não é o único modelo de criação. Principalmente na ausência de três zagueiros, Larcamón aposta numa saída de bola apoiada, aglutinando seus jogadores em um determinado setor, aumentando as opções de passe.

Nesta situação, seja utilizando uma linha de quatro ou de cinco jogadores no campo defensivo, os meias descem, formando linhas de passe na mesma zona do campo.

O objetivo desta saída mais apoiada é atrair, verticalizar e finalizar. O objetivo é chamar o maior número de jogadores adversários para o setor de criação e, consequentemente, pegar a última linha defensiva desprotegida.

A presença do centroavante

A presença dos centroavantes nos esquemas do técnico argentino também é importantíssima para a fundamentação da criação de jogadas. Isso porque, o Léon, por exemplo, era um time que usava e abusava da ligação direta.

No entanto, não é correto afirmar que seria “na base do chutão”. Afinal, há um padrão muito bem definido de quando realizar isso e quais os movimentos são realizados pelos seus companheiros.

Explicando melhor, sempre que o centroavante consegue ganhar a frente do defensor e puxa a linha defensiva para frente com ele, os times do Larcamón buscam a ligação direta. Ao abrir o espaço nas costas da marcação, é a deixa para os laterais, já bem afundados, ou dos meias-ofensivos, atacarem os espaços.

Semelhanças com Paulo Pezzolano?

É natural que os torcedores façam comparações entre o estilo de jogo de Nicolás Larcamón com o de Paulo Pezzolano, treinador do Cruzeiro em 2022. Afinal, os dois técnicos buscam a construção de jogadas com três jogadores e a manutenção da posse de bola.

No entanto, para por aí. Aliás, a maneira como os dois procuram a manutenção da posse é quase completamente diferente.

De um lado, enquanto Paulo Pezzolano busca mais circulação e a troca de passes mais cadenciada, buscando achar os espaços, Larcamón é mais vertical e direto. Ele circula menos a posse de bola e tenta trabalhar ela mais verticalmente, buscando sempre o centroavante e tentando achar as infiltrações dos jogadores.

Outra diferença entre os treinadores é em relação ao modelo de marcação. O ‘Papa’ gostava muito da marcação em bloco alto, já o Nico opta mais por um bloco médio e pressionando a zona da bola quando a boal chega ao setor central do campo.

Fase defensiva

Como já mencionado, na fase defensiva, Larcamón costuma marcar em bloco médio, com exceção para algumas situações específicas do jogo.

No geral, os esquemas táticos base usados são os mesmo da fase ofensiva. Aqui, o principal ponto aqui é destacar a marcação de encaixe. Cada jogador sabe qual é o seu setor e, quando entra um jogador ali, é pra vigiar o tempo todo.

Além disso, a pressão na zona da bola, como evidenciado na imagem acima, acontece sempre tentando forçar o erro do jogador adversário. A ideia é limitar a possibilidade de passes e também o portador da bola.

O León de 2023 era um time muito intenso na marcação. Nesse ponto, a presença dos volantes eram fundamentais. Além de saberem sair jogando, eles precisavam ser muito combativos.

Ainda na fase defensiva, mas como mencionado anteriormente na ideia de criação, o time do Larcamón era muito elogiado pela sua verticalidade. Se na fase ofensiva, sempre haverá a busca por um homem melhor colocado para atacar os espaços com rapidez, na fase defensiva, se roubar a bola, é para agredir o adversário desprotegido, mas também com muita velocidade.

No geral

No geral, os times do Larcamón são considerados muito agressivos. Defensivamente, o adversário raramente tem descanso e portador da bola sempre estará incomodado. Ofensivamente, é um time que gosta de ter a bola, independe de quem esteja enfrentando, mas não liga se precisar se defender e sair nos contra-ataques.

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