Crítica | The Flash não supera o hype, mas entrega mais do que o suficiente

Resumo
O Multiverso da DC finalmente está entre nós. Vamos à crítica de The Flash, o primeiro filme do Velocista Escarlate!

The Flash finalmente está entre nós e todos já podem assistir ao primeiro longa do Velocista Escarlate da DC nos cinemas. E assim como em qualquer filme de super-heróis da atualidade, a divisão de opiniões já existe. Mas o quão bom (ou ruim) é o filme? Vamos à crítica de The Flash.

No geral, The Flash não entrega todo o hype criado sobre o filme, mas entrega mais do que o suficiente. O roteiro é redondinho e não tem furos que atrapalhem o seu andamento, as atuações são boas e o tom do filme encaixa.

O ponto negativo com certeza fica com o CGI, que deixou muito a desejar. Além disso, há uma pequena confusão no início da contagem da história e uma regressão no ato final, mas nada que atrapalhe a experiência.

ALERTA DE SPOILERS.

O primeiro ato

A história do filme é baseado no desejo de Barry Allen (Erza Miller) de salvar sua mãe e inocentar o seu pai da acusação de assassinato. Em dado momento, Flash descobre sua capacidade de correr dentro da Força da Aceleração e poder voltar ao passado. A descoberta, consequentemente, faz com que toda a trama se desenvolva.

O primeiro ato, em alguns momentos, é confuso. O ponto positivo é que o longa não se preocupa em explicar tudo a todo momento, tornando as interações dinâmicas. Afinal, durante os acontecimentos é possível entender o que está acontecendo.

No entanto, a percepção inicial é de o trabalho de Andy Muschietti (diretor) e Christina Hodson (roteirista) acabou sendo afetado por toda a confusão que passou a DC Studios recentemente. Isso fez com que, em alguns pontos, a trama “corresse” mais do que deveria, principalmente para quem não está habituado com as habilidades e o universo do Flash. Mesmo assim, não é nada que atrapalhe o desenvolvimento da trama.

Além disso, uma característica que começa negativa e continua negativa por boa parte do filme é a utilização do CGI. De fato, em algumas cenas não fica bom e é uma das maiores críticas ao longa.

Um dos melhores desenvolvimentos dos últimos anos

Se por um lado o primeiro ato do filme peca em alguns pontos, o segundo contém uma das melhores construções do gênero dos últimos anos. Nesse ponto, a atuação de Erza Miller (principalmente como o Barry principal) é uma grata surpresa para quem se acostumou a vê-lo apenas como alívio cômico.

Apenas a necessidade de atuar consigo mesmo (literalmente), já seria uma dificuldade a mais para o ator. No entanto, a interação entre o Barry do DCEU e o Barry deste universo apresentado no filme é extremamente interessante. Além de soar natural, a necessidade do “Barry 1” ser mais maduro e precisando lidar com as consequências do seus atos engrandeceram a atuação de Erza.

Para não dizer que tudo são flores por aqui, o roteiro força, por vezes, diálogos cômicos, principalmente do “Barry 2” que nem sempre encaixam. No entanto, as piadas por vezes exageradas também não causam estranhamento na construção da narrativa.

Na verdade, a narrativa consegue de maneira dinâmica e prática explicar sobre a origem do Barry sem que se torne algo maçante.

Além disso, outra coisa que o filme também consegue explicar de maneira dinâmica, prática e de fácil entendimento (usando até mesmo macarrões) é o multiverso da DC. Até alguém que tenha problemas em entender viagens no tempo consegue entender perfeitamente a ideia proposta pelo longa.

Atuações de Keaton, Calle e Shannon

A atuação de Michael Keaton como Batman é, sem sombra de dúvidas, um dos pontos mais altos do filme. O ator parece trazer consigo o peso de entender tudo que funciona e não funciona em filmes de super-heróis, além da dramaticidade clássica do seu personagem.

As cenas de ação com Keaton são muito bem montadas e trabalhadas. O “Batkeaton” segue a cartilha que ele deixou na década de 90 com Tim Burton com um personagem Badass e entrega tudo que os fãs queriam ver e muito mais.

Por outro lado, a Supergirl de Sasha Calle, por tudo que foi apresentado dela, deixa a desejar. Não que a atuação da atriz seja ruim, o que não é. Inclusive, a heroína tem uma participação importante e uma cena importante do filme. Mas, mesmo assim, seu tempo de tela é curto e, enquanto não estava em ação, travou em carões e pouca criatividade narrativa.

Mesmo assim, enquanto Sasha esteve em ação não há nada o que reclamar. A dramaticidade por trás da sua história é justificada por tudo que aconteceu e tudo isso é muito bem explicado. Além disso, tudo isso torna ainda mais empolgante as suas cenas.

Já sobre Michael Shannon como General Zod, a construção não foi boa. É fato que ele não era o vilão principal no final das contas, mas parece que seu retorno serviu apenas como tapa buraco. Sua introdução é rápida e suas cenas mais rápidas ainda.

Em relação aos três, no entanto, um ponto positivo é que o filme, por si só, se sustenta apenas com o Flash. Um grande problema que existem em filmes com diversos personagens é a perda de protagonismo dos protagonistas (casos de “Capitão América: Guerra Civil” e “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”). Neste filme há personagens diferentes, há fan service, mas é um filme do Flash do início ao fim.

Ato final não tão satisfatório

Por fim, o ato final de The Flash deixou algumas pessoas decepcionadas. De fato, pela construção que foi o segundo ato, se esperava algo mais grandioso, o que não aconteceu.

Mesmo assim, a motivação por trás do vilão real do longa (Dark Flash), que aparece por pouquíssimo tempo, está ali e é de possível entendimento. Sua teoria para querer matar o “Flash 1” também faz sentido, mesmo que pouco explorada. Mas o ponto muito negativo é a pouca interação entre protagonista e antagonista, que joga o clímax lá para baixo e causa uma sensação de estranhamento.

Por outro lado, os fãs mais aguçados sairão do cinema satisfeitos pela quantidade de cameos que existem no filme.

Além disso, o final com o Batman do George Clooney faz sentido, por mais que ele esteja ali apenas por fan service. A consequência de uma mudança de latinha de tomate no passado foi, de fato, vista. Isso faz, inclusive, que o roteiro não termine com um furo e, pelo contrário, destaque o futuro da DC.

Isso porque, com uma única tacada (a mais simples possível, é verdade), Muschietti juntou todos os personagens do antigo DCEU em um universo e deu abertura para James Gunn escrever do zero o seu (outro universo).

O único ponto a ser levantado aqui é: caso Erza Miller continue no papel de Flash para o novo DCU, uma solução muito criativa precisará acontecer para ele sair deste universo (que teoricamente é o DCEU mas sem o Batman do Affleck por conta das ações do Barry) e entrar no novo.

Cena pós-crédito

A cena pós-crédito, na verdade, continua uma incógnita. Ao mesmo tempo que ela pode ter alguma relação direta com o filme do Aquaman para encerrar, de vez, o ciclo de Snyder e fechar a participação de antigos personagens, ela pode não servir para nada. Isso só saberemos no futuro.

NOTA PARA O FILME: 7/10

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