Jos Verstappen não foi um piloto brilhante, foram apenas 2 pódios em uma longa carreira na Fórmula 1 e talvez ele seja mais lembrado por seu temperamento explosivo e por um incidente que deixou seu carro em chamas em 1994.
A maior contribuição de Verstappen para a Fórmula 1 viria décadas depois, quando em 2014, seu filho Max então com apenas 17 anos sentava em um cockpit de Fórmula 1 pela primeira vez, para um treino live no GP do Japão. A chegada de Max a categoria seria ofuscada pelo forte acidente de Jules Bianchi naquele mesmo fim de semana, mas o futuro reservava grandes coisas para aquele jovem holandês.
Em 2015, Max foi anunciado como novo piloto da equipe Toro Rosso, tida como divisão de base da Red Bull, então uma das grandes da época. Ainda com 17 anos, ele se tornava de forma definitiva, o piloto mais jovem da história da categoria (mais detalhes abaixo).
As Tretas
Em seu primeiro ano, o holandês deu o recado, vencendo o companheiro de equipe Carlos Sainz no Mundial de Pilotos, terminando em uma modesta 12ª posição com 49 pontos. Porém, Max se envolveu em alguns acidentes sérios, o que fez com que a FIA, revisse os termos de concessão da superlicença e proibisse menores de 18 anos de obter autorização para pilotar um carro de Fórmula 1, ou seja, Verstappen será definitivamente dono do recorde de piloto mais jovem da categoria.
O início da ascensão de Verstappen foi em 2016, quando ele assumiu o posto de piloto da equipe principal da Red Bull e em sua primeira corrida na equipe, venceu aos 18 anos, estabelecendo um novo recorde. O piloto mais jovem a vencer uma corrida de Fórmula 1, recorde que também deve segurar por bastante tempo.
Nos anos que se seguiram, Verstappen ganhou a mesma fama que o pai tinha. Um garoto com temperamento díficil e uma bomba relógio dentro do carro. Se envolvendo em diversos entreveros com o então companheiro de equipe Daniel Ricciardo. Outros pilotos também questionavam a atitude de Verstappen e reclamavam de agressividade excessiva ao tentar ultrapassagens. “Eu sinceramente estou cansado dessa p**** dessas perguntas”, chegou a dizer Max quando questionado sobre seu temperamento nas pistas.
A Ascenção
O ponto de virada da carreira de Verstappen foi sem sombra de dúvidas a temporada de 2019. Em fim de contrato com a Red Bull, uma renovação automática seria garantida caso ele ficasse pelo menos entre os três primeiros do Campeonato. Em luta intensa contra as Ferraris de Kimi Raikonnen e Sebastian Vettel, ele conseguiu o “bronze” e teve seu vínculo com a equipe austríaca extendido até o fim de 2023. Foram 3 vitórias na temporada, um indicativo de que com um carro a altura, o jovem brigaria por título. Em 2020, em uma temporada afetada pela Covid-19, foram 2 vitórias, o suficiente para deixá-lo novamente no terceiro lugar entre os pilotos.
Enfim, a dominância
Em 2021, a Red Bull finalmente fez um carro capaz de competir com a Mercedes, que vinha dominando sem problemas nas temporadas anteriores. A briga com Lewis Hamilton foi intensa, incluindo momentos de tensão como os choques entre os dois nos GPs da Inglaterra e da Arábia Saudita. Na última corrida da temporada, Verstappen e Hamilton chegaram empatados e o inglês liderava até a última volta, quando um safety car bagunçou as coisas, Verstappen assumiu a ponta e conquistou seu primeiro título. Um trabalho de décadas, finalmente reconhecido.
Se em 2021, a Red Bull era capaz de competir com a Mercedes, em 2022 e 2023, o carro austríaco era extremamente dominante e com Verstappen em fase mais do que inspirada, ele teve voo tranquilo para garantir mais dois campeonatos e se juntar a uma lista que conta com nomes como Niki Lauda, Ayrton Senna e seu sogro, Nelson Piquet como tricampeão mundial. Além disso, Verstappen bateu o recorde de mais vitórias seguidas em uma só temporada, com 10.
Apesar de ter apenas 26 anos, Max já deixou claro que não pretende estender muito sua carreira na categoria e não se sabe se ele vai estender o vínculo atual que se encerra no fim de 2028, quando terá 31 anos.
Aposentadoria precoce?
“Estou na Fórmula 1 desde os 17, é muito tempo. Já fiz muitas temporadas, talvez um dia eu queria fazer outra coisa. Não sei se eu ainda estarei bem aos 31 anos ou se meu desempenho vai se degradar” ,disse o piloto quando questionado sobre aposentadoria.
Se vencer todos os campeonatos até 2028, Verstappen terá sete campeonatos mundiais e vai ter empatado com Lewis Hamilton e Michael Schumacher como os maiores campeões da categoria. Ninguém sabe ao certo se ele vai conseguir o feito, mas após ter desafiado os críticos e saído de um “garoto irresponsável e brigão” para um Campeão Mundial, quem duvida?
