Exclusivo: ex-técnico do Galo Feminino, Antony Menezes abre o jogo sobre passagem nas Vingadoras

Fotos: Daniela Veiga / Atlético
Resumo
Técnico que acumula passagens por Vasco e Atlético está livre no mercado

Ex-técnico do Galo Feminino, Antony Menezes falou pela primeira vez à imprensa após sua demissão do clube mineiro, em entrevista exclusiva à Versus Esporte/Mercado do Futebol.

O profissional comandou o Galo em seis jogos, perdeu todos e não resistiu à goleada de 4 a 0 sofrida para o Cruzeiro. Antony segue livre no mercado, e está estudando antes de assumir um novo compromisso.

Falta de planejamento?

O Atlético luta para não cair no Brasileirão Feminino, e grande parte da torcida aponta falhas no planejamento da temporada. Antony Lima revelou que a montagem do elenco foi feita ‘em cima da hora’:

“Iniciar do zero uma equipe jovem numa competição tão difícil, não é fácil jogar de igual pra igual. Foram poucas semanas de preparação ideal, apenas 2 amistosos, tudo foi muito pouco para jogar uma competição desse tamanho.

(…) acredito que o atraso no planejamento inicial e montagem do elenco, devido à mudança de gestão e orçamento, acabaram atrasando um pouco essa preparação. Isso pensando que era uma equipe nova e sem uma ‘espinha dorsal’, sem entrosamento. Atingir todas as valências e a organização tática – e ainda conseguir analisar as características das atletas – foi (feito em) pouco tempo.

Antony Lima, sobre o planejamento do Galo Feminino

Treinador sabia do desafio, mas aceitou com orgulho

Antony relembrou os dias que antecederam seu acerto com o Atlético, e afirmou já saber dos cortes de orçamento para 2024.

“Desde as primeiras conversas eu já sabia do tamanho do desafio, até porque as notícias que eram ventiladas (eram) as piores, de um cenário muito problemático, e ainda sabendo do corte de orçamento. (…) se há um corte nesse orçamento, tudo indica uma tragédia.

O convite foi feito até porque acredito que esse cenário eu já vivi em outra equipe, e até por conta disso fui lembrado. Sendo assim, aceitei, e com muito orgulho cheguei e vi uma comissão muito competente, e uma estrutura ainda podendo melhorar, como está acontecendo”.

Futebol Feminino está abandonado?

O treinador comentou sobre os boatos de que o futebol feminino estaria ‘abandonado’, por parte da gestão do Atlético. Além disso, falou sobre o grupo de atletas do Galo Feminino, e apontou a necessidade do Galo fazer investimentos maiores na categoria feminina.

Quando o clube vira SAF, é óbvio querer o futebol masculino muito forte. Logo, o feminino fica para um segundo momento, mas isso não quer dizer que está ‘largado’. A estratégia é consolidar a estrutura, porém, um clube da grandeza do Galo quer atletas capazes de fazer o Galo brigar pelas primeiras posições. Para isso, precisaria aumentar e muito o investimento, sendo assim fica difícil ter bons resultados, aí torcida pegará no pé com razão.

(…) Todos os torcedores precisam entender que o cenário que a nova gestão está desenvolvendo é de ‘fora pra dentro’ do campo. Essa reestruturação está acontecendo, e a torcida precisará de paciência, porque tem uma equipe jovem que precisa ser lapidada para gerar coisas boas mais à frente. São uns apaixonados (torcida), e senti orgulho de ter visto isso um pouquinho de perto.

“A convivência com as atletas foi boa. Elas conseguiram colocar a determinação que esperávamos, fizemos algumas boas exibições mas foram ainda pouco para êxito, e os clássicos aumentaram a responsabilidade de se ter ainda mais organização tática para suportar a sequência da competição”.

O Galo Futebol Feminino segue sua luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro A1. Além disso, disputará o Campeonato Mineiro no segundo semestre, com a missão de desbancar as atuais campeãs, o Cruzeiro Feminino.

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