Na noite de ontem (29), o Atlético visitou o São Paulo pela partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil 2024, e venceu no apagar das luzes por 1 a 0, em jogo marcado pelo luto do time Tricolor devido à morte do lateral Juan Izquierdo, do Nacional do Uruguai, após o jogo com o time paulista na última semana.

Capitão do Tricolor, o lateral Rafinha falou sobre o luto dos jogadores são paulinos, mas descartou usar esse fator como desculpa.

“É claro que atrapalha. Não é desculpa porque nós perdemos. Estamos vindo de um jogo, há seis dias atrás, em que um companheiro de profissão acabou perdendo a vida. É complicado. Clima fica pesado, todo mundo pensa. Não tem como tirar da cabeça. A gente fez nossa parte, demos força à família, ajudando no que pode. E a vida continua. Mas, claro que consome. A gente olha o lado humano. Poderia ser qualquer um de nós. A gente fica triste, mas deseja força à família”, disse o jogador na zona mista.

O jogador falou sobre os rumores de um possível adiamento do jogo, e afirmou que os jogadores não foram consultados. O jogador voltou a falar sobre o luto do elenco, que acompanhou a situação de Izquierdo ao longo da última semana.

“Ninguém consultou a gente. É difícil falar isso agora [se o jogo devia ser adiado]. Posso responder por mim. Se a gente fala agora, pessoal pode interpretar que eu estou dizendo isso porque o São Paulo perdeu o jogo. Não. São 25 jogadores que vão para o jogo, cada um reage de uma forma. Tem jogador que consegue seguir a mesma pegada, mesma concentração. Tem outros que sentem mais. Um companheiro de profissão morreu do nosso lado há seis dias. É complicado. Não é todo mundo que reage da mesma forma. Vocês sabem disso, a gente abre o telefone, vê televisão, e estavam sempre falando do menino [Izquierdo]. Não tem como a gente esquecer”, comentou.

“Cada um reage de uma forma. Tem pessoas, torcedores, que têm outras prioridades. Aconteceu o que aconteceu e vida que segue. Mas o jogador sente. Poderia ser um de nós. O cara saiu para trabalhar e não volta mais para casa. Um filho recém-nascido, companheiro de profissão. A gente sente porque sabe que poderia ser um de nós. Se tivesse acontecido com algum de nós do São Paulo, ficaríamos felizes se outros dessem o mesmo suporte, mesma atenção que nós demos. A gente torce para que não aconteça com ninguém. Mas infelizmente aconteceu, e que Deus o receba de braços abertos”, concluiu.

Por fim, o capitão avaliou o jogo e vê dificuldade do São Paulo em converter as oportunidades que tiveram, deixando o duelo em aberto para a volta em Belo Horizonte.

“Fizemos um grande jogo. Se você olhar os 90 minutos, tivemos totais condições de fazer gol. Tivemos uma chance com Calleri, outra com Lucas. Eles [Atlético-MG] não tiveram nenhuma chance clara no segundo tempo, mas foram eficientes. Conseguiram fazer o gol. Mas está tudo aberto, tem o segundo jogo agora. Vamos lá que está tudo aberto”, avaliou.

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