O Real Madrid pode entrar, efetivamente e oficialmente, nas investigações do caso Negreira, de acordo com o jornal espanhol “As”. Em março, o Real Madrid já havia se posicionado favorável a ajudar com as investigações.
Através de uma nota, na época, afirmou estar preocupado com as graves acusações e disse se sentir prejudicado. Agora, portanto, cabe apenas à juíza permitir ou não a entrada do Real Madrid e de seus diretores no caso Negreira.
Segundo o "As", a Promotoria Anticorrupção espanhola se mostrou favorável ao posicionamento do Real como uma acusação particular contra o Barcelona.
Além da equipe merengue, o Conselho Superior de Esportes da Espanha enviou uma solicitação à juíza para investigar simultaneamente. Até agora, fazem parte do caso a LaLiga e a Real Federação Espanhola de Futebol, ligados à Justiça. Além das entidades nacionais, a Uefa também realiza procedimentos externos.
Vale lembrar que na última semana, o ex-presidente catalão e um dos denunciados, Josep María Bartomeu, enviou uma carta à juíza que está no comando do caso, Silvia López, pedindo a inadmissão do Real nas investigações.
“A admissão sem justificativa alguma de acusações particulares individuais, de cada um dos times de futebol, levaria a um procedimento de instrução impossível, pois pela mesma razão podem tentar entrar no caso também o Real Club Deportivo Espanyol, o Celta de Vigo, o Elche Club de Fútbol, etc – disse Bartomeu. O ex-mandatário blaugrana também afirmou que o Real não tem causa e legitimidade suficiente para querer entrar, já que não demonstrou o mais mínimo indício de prejuízo em relação às acusações”, disse Bartomeu.
O caso Negreira
O Barcelona é alvo de investigação da Justiça espanhola, acusado de corrupção empresarial contínua. Além do Barça, o Ministério Público também denúnciou os ex-presidentes Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell e os ex-executivos do clube Óscar Grau e Albert Soler.
A investigação trata de pagamentos suspeitos dos catalães ao ex-árbitro e vice-presidente da Comissão de Arbitragem espanhola, Enríquez Negreira. A denpúncia em questão destaca que o clube havia chegado a um acordo com Negreira para que ele, na condição de vice-presidente e em troca de dinheiro, “realizasse ações com tendência a favorecer o Barcelona na tomada da decisão dos árbitros nas partidas disputadas pelo clube, e, assim, nos resultados das competições”.
O alvo incial da investigação era apenas Enríquez Negreira e sua empresa. No entanto, se descobriu que o Barcelona fazia pagamentos de “enormes somas de dinheiro” para o ex-árbitro. Estes pagamentos teriam sido feitos de forma ininterrupta entre 2001 e 2018.
Quando o caso veio à tona, o Barcelona emitiu um comunicado oficial indicando que “contratou os serviços de um consultor técnico”.
Vale ressaltar que a Justiça espanhola solicitou relatórios e documentos comprovando que Enríquez Negreira prestou apenas assessoria ao clube. O Barça, porém, afirmou que não encontrou a documentação. Por isso, a agência concluiu que não havia provas da prestação do serviço em específico e as notas fiscais, assim, seriam inválidas.