Na noite de ontem (20), o Atlético recebeu o San Lorenzo pela decisiva partida de volta das oitavas de final da Copa Libertadores da América. Com o placar mínimo de 1 a 0, o alvinegro venceu e se classificou para a próxima fase, onde irá encarar o Fluminense.

Contudo, o duelo acabou sendo marcado por alguns episódio que ficarão na memória de ambos os clubes e também da competição, como as confusões entre a Polícia Militar de Minas Gerais e a torcida argentina do San Lorenzo, que entraram em colisão ao final do jogo, com direito a gás de pimenta.

Nesta quarta (21), após o duelo na Arena MRV, o San Lorenzo de Almagro se pronunciou nas redes sociais e criticou as ações da Polícia Militar e a Conmebol, questionando a classificação do Galo.

DECLARAÇÃO OFICIAL: O San Lorenzo repudia veementemente todos os acontecimentos ocorridos em Belo Horizonte, desde as agressões injustificadas e selvagens da polícia brasileira aos nossos torcedores até uma série de acontecimentos que ameaçam o espírito esportivo e o bom relacionamento entre os clubes, essenciais para alcançarmos juntos um futebol de qualidade. As situações negativas que ocorreram foram muitas. Os torcedores do Ciclon seguiram todas as recomendações de segurança para chegar ao estádio. No entanto, tiveram que suportar um atraso significativo na entrada, bem como mensagens ofensivas recebidas pelo caminho e objetos com figuras violentas. O mesmo aconteceu com a delegação oficial, que ficou muito tempo retida devido à má recepção do clube local. Durante a partida, houve queixas e provocações do público local, que exibiu bandeiras e jogou objetos contra a nossa torcida. Isto culminou num feroz ataque policial contra a população de San Lorenzo, com balas de borracha e gás lacrimogêneo, uma repressão que deixou mais de uma dezena de feridos. Quando começou esse ataque policial, apesar do pedido dos nossos jogadores, o árbitro (de desempenho questionável) tinha acabado de interromper o jogo quando um jogador do Atlético Mineiro caiu no chão. Mais tarde, no momento em que a nossa equipa procurava o empate, os locais abriram a porta do campo para parar o jogo. A falta de concentração da nossa torcida também sofreu um atraso de mais de duas horas. Lá, a polícia confiscou violentamente os ônibus e prendeu quatro pessoas. O Clube acompanhou o partido em cada um desses momentos, colocou-se à disposição dos feridos e foi resolvido que os dirigentes Martín Cigna e Leandro Goroyesky permaneceriam em Belo Horizonte até que a situação dos quatro detidos fosse resolvida. Por fim, e graças à colaboração do Consulado Argentino nesta cidade e de seu cônsul Santiago Muñoz Martínez, os quatro torcedores foram liberados e retornarão ao país nas próximas horas. O San Lorenzo fará uma apresentação perante a Conmebol com todas as provas dos fatos, questionando veementemente o dispositivo de segurança implementado e repudiando a violência sistemática sofrida pelas seleções argentinas ao disputarem suas partidas no Brasil. Por fim, o San Lorenzo agradece aos torcedores que, com esforço e incondicionalmente, apoiaram o time. O equilíbrio, para além do resultado, é inaceitável para todos porque a violência e a repressão ocuparam o centro do espetáculo.

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