Após empatar em 0 a 0 na noite de ontem (10), contra o Cruzeiro pelo Brasileirão, o Atlético agora se prepara para o duelo mais importante no mês, a partida fora de casa pelas oitavas de final da Copa Libertadores da América, diante o San Lorenzo.

Às vésperas do confronto, um dos nomes mais experientes do elenco, o meia Bernard foi o escolhido para a coletiva de imprensa em Buenos Aires, e analisou seu retorno ao Galo após 11 anos no futebol europeu.

Eu me cobro muito, em dar resultados, estar cada vez melhor. Também entendo que eu tenho que ter paciência comigo mesmo. Não posso me pressionar a ponto disso me atrapalhar dentro de campo, mentalmente. São muitos anos fora, venho para um clube com técnico diferente, jogadores diferentes, estou jogando de forma diferente. Preciso ter essa calma comigo mesmo, ainda que o futebol brasileiro, muitas vezes, não permite essa paciência. É lógico que eu tenho essa consciência, me cobro bastante para render, dar o meu melhor o mais rápido possível. Eu tenho noção disso. Mas também tenho cabeça no lugar para saber que as coisas irão se encaixar, vão se adaptando, entrando no ritmo. Eu vim de férias, no meio do campeonato, são várias questões que podem influenciar. Mas estou dando o meu melhor para o Atlético.

Bernard ainda comentou sobre as opções de Milito para os jogos, afirmando que não possui time titular e cada jogo é um jogo diferente.

Ele deixa muito claro que não temos um onze titular, temos um grupo que temos que estar todos preparados para as situações que vamos enfrentar. Tem jogos que eu não joguei, o Fuchs também não jogou. O futebol no Brasil exige um grupo qualificado, para que podemos fazer mudanças e o time não exigir isso. Nesse último jogo contra o Cruzeiro, fizemos mudanças táticas e o time foi bem no jogo, marcou bem e causou perigo na equipe adversária. Tivemos posse de bola alta, mais finalizações a gol. É a forma que ele enxerga, se dedica 24h para o futebol, estuda o adversário. Algumas vezes a torcida pode não entender, mas eu tenho certeza que ele sabe o que é melhor para o Atlético. E, nós jogadores temos que entender também, conversamos sobre isso, deixar o ego de lado, e buscar o que é melhor para o coletivo, para e pelo Galo. Temos que ter noção de entender o que o Milito pede para o time. Se vamos entrar ou não, é dar sempre o melhor para o time.

O jogador comentou ainda sobre seu posicionamento atual, que é semelhante ao que já vinha fazendo no Panathinaikos, e analisou seu período de adaptação.

 A gente tem essa conversa, sim. Mas não é uma posição que, podemos dizer, natural minha. Eu nunca fui jogador que atuei pelo lado direito do campo. Na minha ida ao Panathinaikos, eles precisavam de um meia-atacante mais centralizado, mais pelo lado direito. Eu falei que não era a minha característica, mas poderia ajudar da melhor forma possível. Tanto que na última temporada, onde eu rendi bastante em termos de assistências e gols, atuei caindo mais pelo lado esquerdo. Então, é uma questão de necessidade, às vezes, pelo que o time tá precisando. As coisas vão encaixando e eu me adapto ao que o técnico pede e ao que o time necessita.

Por fim, o jogador avaliou a pressão de jogar na Argentina e Uruguai, relembrando 2013 quando foi campeão continental, e comentou que precisará de outros recursos, já que seu estilo de jogo mudou em comparação há 11 anos atrás.

Sabemos que, contra times da Argentina, o cenário é bastante difícil, a torcida adversária faz diferença, eles comparecem e empurram o time. Ter um elenco que entende o elenco e saber que, em alguns momentos… Como falei antes, temos que saber sofrer, e precisamos ter casca, saber defender bem, passar essa pressão, e conseguir sair para causar perigo ao adversário. É um jogo difícil, eles terão muita motivação para o jogo, querendo fazer o resultado dentro de casa. Toda atenção é pouca, qualquer erro pode ser fatal. Bastante importante estar concentrado nessa partida.

Eu tenho que usar as formas diferentes, pensar antes de a bola chegar, enxergar o companheiro livre com velocidade, evitar o contato com o adversário, ser rápido nas arrancadas, pensar antes para fazer a diferença. É pensar dessa forma para evitar o contato. Mas, também, há situações inevitáveis. Precisamos ser firmes, mesmo que não ganhe todos os duelos, é causar desconforto ao adversário. Acho que a melhor forma de poder lidar com esse estilo de jogo.

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