Quantas vezes você já viu um jogador “fazer força” para deixar seu clube atual, e ficar emburrado, caso não tenha seu desejo atendido?
O famoso “chinelinho”, ou “migué”, é comum no futebol. E o pior de tudo: quando este tipo de jogador para de entrar em campo por causa de “lesões”, torcida e imprensa dificilmente descobrem a verdade por trás do desfalque.
Este não foi o caso de Gonzalo Mastriani. O uruguaio de 30 anos admitiu publicamente o desejo de deixar o América, mas não fugiu de sua responsabilidade, e continuou à disposição do Coelho.
Entrou em campo como titular na estreia do seu time no Campeonato Mineiro, e fez história ao marcar CINCO gols, na goleada por 6 a 0 contra o Pouso Alegre.
O artilheiro entrou para os livros de história logo na estreia da temporada, roubou a cena na imprensa esportiva nacional – e, de cara, teve seu nome cantado pela torcida Americana.
Nenhum atleta marca tantos gols em um jogo à toa. Mastriani demonstrou postura e atitude, de forma que sua técnica surtiu efeito em campo naturalmente. Com 9 minutos de jogo, já tinha ido às redes duas vezes.
Sim, ser profissional e cumprir um contrato são obrigações legais e morais de qualquer adulto. Mas sabemos que, no futebol, jogadores têm poder suficiente para descumprirem regras, e mesmo assim saírem como os heróis da história.
A noite artilheira do uruguaio já surtiu efeito, e ele está em vias de assinar com o Athletico. Caso o negócio seja fechado, o Furacão ganhará uma referência técnica, e um profissional confiável.
Afinal, num mundo de tanta desonestidade e promessas quebradas, Mastriani semeou um bom exemplo. “Não fazer mais do que sua obrigação” também é digno de aplausos.