Coluna do Pedro Vieira
O plano de hoje era escrever um artigo de Ano Novo para a coluna, mas as circunstâncias da vida tendem a ser imprevisíveis. Infelizmente, deparamo-nos com a trágica notícia do falecimento de Denir, histórico massagista do Flamengo, que levou a uma alteração necessária de planos. O que era para ser uma publicação de Ano Novo se transformou numa homenagem ao incontornável Denir.
É difícil exprimir a gratidão que mais de quatro dezenas de milhões de torcedores sentem por Denir. Seu percurso no Flamengo difere da vasta pluralidade de profissionais que o futebol já conheceu. Denir não é só mais um. Denir foi um profissional capaz de personificar a história de um clube em toda sua vida. É esse fato que o torna benemérito de ascender à posição de lenda do clube.
Tradicionalmente e normativamente, o futebol é um esporte jogado com os pés, mas Denir desafiou esse preceito ao contribuir significativamente para a grandiosidade atual e imensurável do Flamengo usando suas mãos. Como massagista, é possível afirmar que Denir possuía um toque quase divino, difundindo uma espécie aura vitoriosa em jogadores como Zico, Leandro, Petkovic, Adriano, Arrascaeta, Gabigol, e outros ícones fundamentais na história incontestável do Flamengo.
Sem entrar em campo, Denir teve a capacidade de se tornar um ídolo respeitado por torcedores e rivais. Uma vida inteira representando o Flamengo nunca poderia ser esquecida e a torcida do Flamengo se encarregou, e continuará a fazê-lo por séculos, de honrar sua memória. Se o Flamengo é o Mais Querido, Denir provou também o ser, porque em cada pessoa que o conheceu ficou um marca indelével de um respeito inolvidável. Mais do que oito títulos do Brasileirão, três Libertadores e um Mundial, Denir conquistou o respeito e o carinho de milhões de flamenguistas.
Flamengo representa Denir e Denir personifica o próprio Flamengo – uma relação que nem mesmo a morte é capaz de quebrar, na qual a essência de ambos se funde e confunde. Por tudo isto, Denir é digno de todas as homenagens. Até sempre. Descanse em paz, Seu Denir.
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