Hulk fala em melhoria do futebol brasileiro e comenta relação com árbitros brasileiros: “É falta de respeito”

Resumo
Atacante do Galo, Hulk comentou os problemas recentes com a arbitragem brasileira e falou sobre sua relação com os árbitros no país

De olho nos próximos jogos, principalmente na volta das quartas de final da Libertadores diante o Fluminense, o Atlético segue treinando e conta com seu principal nome para buscar a vitória em casa: o camisa 07 Hulk. O jogador é ídolo do clube e busca seguir na briga pelo tão sonhado título continental.

Com uma identificação gigantesca com o clube alvinegro, Hulk concedeu entrevista exclusiva ao ge e falou a respeito de alguns temas, como suas discussões com a arbitragem no futebol brasileiro e comentou a respeito de se sentir perseguido.

 Não uso a palavra perseguição, eu acho que é falta de respeito. Porque a partir do momento que você fala comigo e eu dou as costas, eu faltei com respeito com você. Se eu falar com você na boa, se eu alterar minha voz, acabei de falar que existe a hierarquia. A hierarquia no jogo é o árbitro. Se eu falar alto contigo ou qualquer gesto? Pronto amarelo! Acabou, você vai me punir assim. Mas a partir do momento que eu chego com respeito, tu tem o direito de me escutar. Por que se o árbitro chegou para mim com respeito: “Hulk vem cá”, e eu der as costas para ele, o que ele vai fazer? Vai me dar o cartão. Ele tem autonomia. Se eu não posso dar as costas para ele, por que ele pode dar as costas para mim? Acho que é essa comunicação. Ai você fala, na Europa não tem isso. Não tem isso porque o árbitro se impõe. Ele conversa e quando tem que dar cartão, ele dá cartão. Mas nunca dá as costas, nunca presenciei isso em liga dos campeões, nunca vi isso. Aqui não tem.

O jogador comentou também a respeito das diferenças entre a arbitragem no Brasil e no exterior. Hulk ainda comentou alguns episódios recentes com os árbitros brasileiros.

Uma das coisas que todo mundo fala é meu comportamento com os árbitros. Eu não tenho nada contra os árbitros. Pelo contrário, sou muito elogiado por eles, elogio muito eles em campo também. Vou te dar ideia do jogo contra o São Paulo, jogo de ida da Copa do brasil. Eu estava no vestiário e chegou o quarto árbitro. “Hulk, o árbitro pediu para falar com você e com o Rafinha, capitão de São Paulo, que ele não vai suportar rodinha. O único que pode falar com o árbitro é o capitão”. Até aí tudo bem, pediu para gente tirar nossos jogadores e conversar com eles. “Professor, tudo bem, vou dar meu melhor”. Começou o jogo, teve um lance, ele não deu falta em mim, ele não deu falta no Scarpa, e deu falta no Rato. Eu falei, “professor os lances foram iguais, vamos respeitar sua decisão, mas os lances foram iguais. É falta perigosa, a bola vai na área”. E ele sem olhar na minha cara.

Eu falei, “professor, estou falando contigo na boa, não estou reclamando”. Ele olhando para baixo, passou sem olhar na minha cara, contando os passos. Falei, não dá para entender vocês, vocês pedem para falar com respeito, que eu tenho autonomia de falar como capitão. É difícil cara! Se eu chegar faltando o respeito gritando, gesticulando, você me dá logo o cartão. Se você olhar, todas as vezes que eu chego, eu chego na boa para conversar, então esse tipo de comportamento que, às vezes, quem está fora não observa. E eu falei há pouco, o microfone tem muito poder. Você tá narrando o jogo e aí você fala, “lá vai o Hulk reclamar com o árbitro”. Cara, reclamar? Estou chegando na boa para conversar. Reclamar é você chegar “ah, vai para aquele canto (gesticulando)”, como eu vejo alguns jogadores fazendo tudo isso e ninguém fala nada.

Por fim, o jogador comenta a respeito do futebol brasileiro no geral, e elenca os pontos onde se deve melhorar o esporte profissional no país.

Falar em calendário, eu sei que é difícil. O Brasil, a logística é questão de como se você jogasse a Liga dos Campeões, viagem de três, quatro cinco horas, às vezes. Isso dificulta bastante. Questão do calendário e dos gramados, que tenhamos exigências para que os gramados estejam em ótimas condições. Se tiver alguns estados que não tenha condições, devido ao clima, a tudo isso que envolve, que tenha que ser esse sintético aqui, nada diferente desse. É uma coisa que vai melhorar bastante nosso futebol fique um futebol melhor jogado, que tem campo que a gente joga que fica muito difícil.

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