Conheça as novelas da Globo que mudaram suas tramas durante as gravações
Na trama de Glória Perez tinha o amor proibido entre Maya (Juliana Paes) e Bahuan (Márcio Garcia), considerado intocável pelo sistema de castas da Índia. No entanto, a química entre o casal principal era zero. Para a audiência reagir, a autora interferiu na história. Na trama original, Maya se casaria com Raj (Rodrigo Lombardi) obrigada pela família e logo veria o marido morrer.
A mocinha também viveria no Brasil e estaria diretamente relacionada à trama da família Cadore, que é vítima de um golpe da ardilosa Yvone (Letícia Sabatella). O público passou a torcer por Maya e Raj. O casal esbanjava química. Na reta final da trama, o novo mocinho da história de fato “morreu” em um acidente de trem, para o sofrimento de Maya. Mas no último capítulo, Raj se levantou do mundo dos mortos e levou Maya de volta para casa, em um final feliz.
A trama de Walcyr Carrasco mesclou o passado e o futuro através de uma paleontóloga e um cientista que criava robôs. Júlia (Adriana Esteves) e Ícaro (Mateus Solano) viram suas tramas serem modificadas e as temáticas científicas praticamente morreram. A novela passou a girar em torno do drama da faxineira Dulce (Cássia Kis), rejeitada pelo filho Guilherme (Klebber Toledo).
ara não desaparecer, a protagonista Júlia foi inserida como amiga e conselheira de Dulce. A robô Naomi (Flávia Alessandra) desapareceu e a Naomi original, de carne e osso, surgiu para enredar uma trama de mistérios e intrigas. Somente no final é que Júlia chegou ao vale pré-histórico onde ainda existiam dinossauros vivos, conhecido como o centro da terra – pesquisa que a mocinha conduzia no começo da novela.
O grande conflito da trama era a explosão do shopping Tropical Tower, mas o autor teve que antecipar o crime misterioso em muitos capítulos e aproveitou a tragédia para eliminar personagens que afugentavam o espectador mais conservador. As lésbicas Leila (Silvia Pfeifer) e Rafaela (Christiane Torloni) e o dependente químico Guilherme (Marcello Antony) morreram na explosão.
Na sinopse original, apenas Rafaela morreria, e a viúva Leila teria uma bonita amizade com Marta (Glória Menezes), discutindo o preconceito de amizades entre pessoas LGBT e heterossexuais. O medo de uma má interpretação sobre a relação das personagens levou a matar também Leila. O anti-herói Clementino (Tony Ramos) foi suavizado e ganhou um par romântico com Clara (Maitê Proença), o humor foi acentuado e a trama policial ganhou ritmo e fôlego a partir daí.
A trama Walcyr Carrasco foi marcado pelo sucesso do vilão gay Félix (Mateus Solano), que fazia de tudo para infernizar a vida da irmã, a mocinha insossa Paloma (Paolla Oliveira). A ideia original era que o vilão descobrisse uma séria doença autoimune. César (Antônio Fagundes) morreria de infarto, na cama com a amante Aline (Vanessa Giácomo), ao descobrir os crimes de Félix. Aline disputaria o comando do hospital com Pilar (Susana Vieira).
Já a periguete cômica Valdirene (Tatá Werneck) se tornaria uma cantora evangélica. Félix se redimiu de suas maldades e se tornou o grande herói da novela: teve direito a romance e final feliz com Niko (Thiago Fragoso). César continuou vivo até ter um final redentor ao lado de Félix. Aline se tornou a grande vilã e enganou César até o fim.
Vera Fischer era a protagonista Lídia. Na vida real, ela era casada com Felipe Camargo, que também participava do folhetim. Os dois chegavam atrasados, brigavam muito nos bastidores e eram grosseiros com outros profissionais. A saída encontrada pelo autor foi matar os personagens dos dois em um incêndio. Vera Fischer saiu da Globo, na época, cuspindo marimbondos e sobraram ofensas até para Tarcísio Meira, seu par romântico na novela, a quem chamou de “velho caquético”.
Drica Moraes era Cora, a grande vilã da trama. Com problemas de saúde que a impediam de gravar, a artista acabou sendo afastada na metade e recorreram a Marjorie Estiano, que havia feito Cora na primeira fase, para ressurgir “rejuvenescida”. A saída só serviu para que Cora tivesse um final, já que a trama central já havia sido comprometida. O autor teve que inserir um novo vilão misterioso, Fabrício Melgaço, um inimigo do Comendador (Alexandre Nero) que queria destruí-lo.